CONCEIÇÃO e CELISIA
CONCEIÇÃO
Tem tb os que mais frequentavam os dois trailers que ficavam parados perto do Bar aberto por baixo da mangueira, que era o matadouro kkkk o Social era que controlava as chaves, e os interessados faziam as reservas do “Hotel”
Mr John Oglesby, que pessoa linda e calma, lembro de uma festa de aniversário dele que organizamos com motivo infantil, Ivete, Marize vcs lembram?? Depois no quintal da casa dele todos nós a dançar aquela dança acho que escocesa, formamos os pares e eles a nos ensinar, lembro que o meu par foi o Bill que era da Engenharia Mecânica que tinha a cara de abestado kkkk, quando ele retornou de viagem me trouxe uma saia quadriculada que são fantasias deles lá na Escócia, alguém lembra disso kkkkk a Bárbara morria de ciúmes da gente. Ivete acho que o seu par foi o Buchanana que tb era escocês acho eu kkkkk
MINHAS LEMBRANÇAS DO LUZAMBA
No dia do ataque do Luzamba, lembro que aparentemente naquela manhã parecia tudo calmo, fomos ao escritório trabalhamos a meio gás, regressamos a Vila para o almoço e fomos informados pelos nossos superiores que a tarde não era para sairmos da Vila, ficamos apreensivas com tal informação mais agimos dentro da normalidade.
Na K-2, casa em que eu residia juntamente com mais 12 meninas, como era habitual quando não estávamos a trabalhar, umas ficavam em seus quartos, outras na sala a ver televisão, e algumas no quintal a jogar conversa fora. No final desta tarde, eu e mais algumas meninas ainda estávamos no quintal sentadas na porta do quarto da saudosa Fatima, quando de repente começamos a ouvir as rajadas de tiros, mais até então não tínhamos certeza do que se tratava, foi quando uma das meninas entrou a correr no quintal e a gritar para entrarmos e fechar tudo que aquela barulheira eram tiros de verdade e que estávamos a ser atacados.
Corremos para a sala, todas nervosas e a tremer de medo, ainda conseguimos trancar as portas e janelas, mais o barulho dos tiros de metralhadoras eram muito intenso e parecia que estava muito próximo de nós, no meio de todo desespero, tivemos a ideia de nos esconder no banheiro pois parecia o lugar mais seguro da casa, ficamos agarradas umas às outras a chorar, de repente descobrimos que faltava uma de nós e era a Lídia, sabíamos que ela estava em casa, corremos no quarto dela agachadas por medo dos tiros, e encontramos ela escondidinha em baixo da cama, com muito custo puxamos ela para o banheiro e voltamos a nos trancar. Agachadas bem agarradas umas às outras a chorar, de repente a Marcia Garrido juntamente com a saudosa Fatima, pediu que parássemos de chorar para rezarmos, mais o medo de morrer ali era tanto que muitas não conseguiam se controlar. Meu Deus que desespero e os tiros não paravam, não sei precisar ao certo o tempo que isso durou, só sei que quando o barulho dos tiros amenizaram, bateram na nossa porta fortemente, ai foi que o bicho pegou, a tremedeira aumentou e só se ouvia sussurros ai meu Deus e agora…., a Marcia Garrido apertava as nossas mãos e rezava com mais força, mais a nossa concentração estava no toque das batidas na porta, de repente….ouvimos vozes conhecidas a gritar os nossos nomes “Meninas podem abrir somos nós. Que alívio…. na ânsia saímos todas ao mesmo tempo para abrirmos a porta da casa, encontramos o Edvaldo marido da Fatima, o Elson e outros rapazes que vieram nos resgatar e nos acalmar pois eles sabiam que devíamos estar desesperadas.
Entre abraços e choros, pediram que andássemos calmamente em fila indiana para a Guest House onde todos estavam reunidos a espera de sermos evacuados, algumas de nós estavam de roupinha de casa (shortinho e camisetas) começamos a reclamar uma com as outras pois queríamos nos vestir, mais não fomos autorizadas a voltar a casa porque o pessoal da Unita já havia invadido as residências. Me lembro que em um certo momento no quarto da GH que estávamos, entrou um gajo da Unita que acho era o comandante do ataque para falar conosco, pediu para ficarmos calmas, alguém dos nossos responsáveis acho que foi o Alexandre Rocha que estava junto com ele, pediu para nos deixar vestir roupas adequadas, retornamos as casas acompanhadas por alguns dos nossos rapazes, quando chegamos em casa realmente já havia alguns soldados da Unita, entramos, nos vestimos e retornamos de imediato para a Guest House sem poder levar nada dos nossos pertences, onde permanecemos até a madrugada quando fomos evacuadas para Luanda num voo Hercules, todas sentadas ao chão e segurando onde se podia.
Chegando em Luanda fomos recepcionadas por muitos dos nossos dirigentes, que nos conduziram para a Vila do Gamek, onde dormimos para esperar o amanhecer e saber a hora que seriamos evacuadas para o Brasil.
Na manhã seguinte, todas as meninas se encontraram na Escolinha da Vila do Gamek, a espera de notícias, conversa daqui e fofoca dali, descobrimos que embarcaríamos naquele dia para o Brasil as 13:00 horas, e que o aeroporto do Rio de Janeiro estava lotado de repórteres a nossa espera. Iniciou uma discursão com as mais vaidosas, de como é que vamos aparecer na televisão com essa roupa, nossa maquiagem ficaram pra trás, etc.., então eu disse “que nada vamos chegar todas em cima do salto”, pois eu tenho uma mala lotada de roupas chick na casa da minha comadre, que dá pra vestir todas nós. Nesse momento a Eliana diz: vamos esperar pelo Areias (esposo dela) que já está a caminho que eu peço para nos levar, pois eu também vou na minha casa pegar as minhas coisas.
Quando o Areias chegou, não contamos conversa, saímos de imediato sem pedir autorização a ninguém, apenas as meninas sabiam onde eu e a Eliana havíamos ido. Aparentemente Luanda estava calmo, saímos da Vila do Gamek por volta das 10:00 horas, e fomos primeiro na Praia do Bispo para pegar a minha mala, mais para o meu azar, quando cheguei na casa da minha comadre estava tudo fechado, pois segundo os vizinhos, todos já tinham viajado. Seguimos então rumo a casa da Eliana. Porém, antes de chegarmos à casa dela, tão logo entramos na via da marginal de Luanda, eram por volta das 11:30 hs, fomos interpelados por uma barreira policial, que nos informaram que dali não podíamos mais passar, pedimos pelo amor de Deus que nos deixasse ir pois iriamos embarcar para o Brasil as 13:00 horas, então nos falaram da impossibilidade, pois logo adiante a rusga já havia começado, e pelo fato de sermos estrangeiros, deveríamos nos refugiar em alguma embaixada pois que, aquela área iria pegar fogo.
Ficamos desesperados e sem chão diante da tamanha situação. De repente o Areias lembrou que a Embaixada da Espanha ficava próximo do local onde estávamos, então corremos para pedir abrigo.
Ao chegarmos na Embaixada da Espanha, encontramos apenas um guarda bastante assustado, que nos informou que o lugar mais seguro para ficarmos seria no andar de cima, era o apartamento residencial de um dos adidos. O guarda abriu a porta do apartamento para nós e se mandou. Ao entrarmos havia um telefone fixo, telefonamos para a Vila para informar sobre o acontecido. Fui atendida pelo Naim, que “gentilmente” me chamou atenção pela merda que fizemos e diante do meu choro me disse que ficássemos neste lugar até que as coisas se acalmassem para nos resgatar. Ficamos nesse apartamento sem água e sem comida, e dali em diante o pau comeu, eram rajadas e mais rajadas de metralhadora, estouro de bombas ou misseis, barulho das vidraças a se partir por contas das balas. O mais certo é que não sabíamos se sairíamos vivos daquele inferno, esse terror durou 3 dias e noites sem dormir ou comer, e outra vez nós três nos refugiamos dentro do banheiro para estarmos melhor protegidos.
No terceiro dia em que o tiroteio começou a amenizar, fomos resgatados por uma comitiva formada pelo nosso pessoal, uma porrada de carros e militares, e durante o percurso nos disseram que passaríamos em outro lugar para resgatar mais uma pessoa, acho que foi o Dauderley que também havia saído.
Lembro que no caminho para a Vila do Gamek, fui com os meus olhos vendados, pois não aguentava ver a quantidade de corpos espalhados por todo percurso. Chegamos na Vila e o meu desespero ainda era maior, pois eu havia de enfrentar o Comandante Delmar, Joao Carlos Albuquerque, Naim e outros. Eu não fazia ideia do tamanho do esporro que me aguardava em função da minha irresponsabilidade. Me lembro daquela cena até hoje, tive até dor de barriga e sem comer….
Após todo este episódio, fomos informadas acho que pelo João Carlos que iriamos trabalhar, apoiando os trabalhadores nacionais das outras províncias, até o regresso dos mesmos as suas casas.
Salvo engano eram mais de 600 trabalhadores, que foram evacuados do Luzamba, uma parte ficou alojada na área de desembarque do aeroporto internacional, e duas outras nas casas de trânsito da Endiama, uma que ficava no Miramar e outra em Viana. Bom a nossa atividade era levar alimentação para esses trabalhadores, nos dividimos eu fiquei com o pessoal do aeroporto e Viana e a Eliana ficou com o pessoal do Miramar.
Todos os dias levávamos e distribuíamos a alimentação entre os trabalhadores. Para o pequeno almoço saiamos da Vila por volta das 8 horas, e para o Almoço e Jantar por volta das 14 horas, o Almoço e Jantar recebiam em simultâneo, porque não podíamos sair mais tarde da vila, por conta do toque de recolher que era a partir das 18:00 horas.
Ficamos realizando esse trabalho até que todos os trabalhadores foram enviados, são e salvos às suas Províncias. Eu já não me lembro direito, mais acho que era o Pettena e o Kleber quem nos avisava sobre qual Província já poderiam ser liberados para embarcarem, na medida que os aeroportos se abriam em função dos conflitos.
Eu andava com um rádio comunicador, e a cada chamada do pessoal da logística informando sobre a província que havia sido aberta, era uma alegria poder informar isso aos trabalhadores, e um alivio para nos saber que o nosso desespero estava diminuindo, pois andar pelas ruas de Luanda, havia se tornado uma aventura descobrir em qual delas passar, e o motorista que me conduzia, me deixava mais apreensiva pois ao vermos de longe a fumaceira, ele dizia para retornarmos porque a rusga havia recomeçado, mas era apenas as fogueiras de pneus a queimar corpos.
Regressamos ao Brasil acredito que 20 dias após o ataque de Luzamba, no mesmo voo que todos os dirigentes que estavam em Luanda a batalhar pelo resgate de todos nós.
Posso dizer que esta foi a lição mais importante da minha vida, e não me envergonho da quantidade de lágrimas que derramei por conta da minha inconsequência. Dizer que cada recordação, cada vivência tem sido o caminho da minha preparação e aprendizado, para enfrentar qualquer dificuldade com maturidade.
CONCEIÇÃO e CELISIA
SERVIÇO SOCIAL DO PROJECTO LUZAMBA
Gostaríamos de enaltecer o trabalho que cada um de nós desenvolvemos no Projecto Luzamba, e expressar o quanto esta oportunidade foi de tamanha importância no contributo do nosso crescimento pessoal e profissional, e enquanto Assistentes Sociais a satisfação de podermos desenvolver acções humanitárias nas sofridas comunidades no entorno do Projecto, foi um enorme desafio, contando com muitas dificuldades e principalmente dos conflitos militares que nos limitou, mas a nossa missão foi buscar formas de integrar as estruturas da empresa à realidade sócio cultural dos trabalhadores e comunidades, de modo a se obter um relacionamento harmonioso, dinâmico e de bem estar social.
Foram muitos os trabalhos desenvolvidos pelo Serviço Social. Lembramos que para estreitar a nossa relação com os trabalhadores, a primeira coisa que fizemos foi o “Cadastramento Social”, cujo objetivo era fazer a identificação pessoal de cada trabalhador e do seu agregado familiar direto, de formas a podermos atender às suas necessidades sociais.
CADASTRAMENTO SOCIAL
Durante o processo do cadastramento dos trabalhadores, descobrimos que os mesmos não tinham identificação de endereço residencial, e para obtermos um resultado melhor do nosso trabalho, resolvemos fazer uma visita ao bairro Bala-Bala onde residiam o maior número dos trabalhadores locais, e através de um colaborador fomos apresentadas ao Soba adjunto do bairro, Sr. José Maria, durante a nossa visita, vimos que as ruas não tinham nomes e as casas não eram numeradas, propusemos o desenvolvimento de um programa com a participação da comunidade, onde definimos representantes de ruas, que sob a nossa coordenação ficaram responsáveis pelo trabalho de identificar as ruas e numerar as casas. Foi muito interessante, pois a própria comunidade definiu que as ruelas do lado direito do bairro levariam nomes de animais e as do lado esquerdo nomes de árvores nativas, colocaram placas identificando as ruelas, bem como número nas casas, daí em diante passaram a ter seus próprios endereços. EX: Rua Jacaré, nº1. Esta atividade facilitou imensamente o nosso trabalho junto aos trabalhadores além de passarmos a saber onde residiam.
SURTO DE COLERA NO BALA-BALA
O Cadastramento Social foi de crucial importância, para encontrarmos os trabalhadores, pois durante o surto de cólera que assolou o bairro, havia muitas mortes por dia e no pico da epidemia fomos testemunhas das perdas familiares de muitos dos nossos colaboradores. Tivemos que desenvolver um trabalho de apoio e conscientização junto à comunidade, através de palestras educativas de formas que pudessem se proteger da doença e evitar a propagação, pois os moradores com medo da epidemia deixavam suas casas para se esconderem nas matas e às vezes já estavam contaminados.
CONSTRUÇAO DO CHAFARIZ NO BALA-BALA
Na continuidade dos trabalhos sociais no Bala-bala, foi construído um chafariz para o abastecimento de água potável desta comunidade. Os trabalhos sociais que começaram a ser realizados nas comunidades, foram de grande importância, pois através desse relacionamento criado, os carros do Projecto Luzamba que passavam pela estrada principal do Bala-bala, pararam de ser apedrejados pelos moradores.
CAMPO DE FUTEBOL NO BALA-BALA
Ainda no Bala-Bala, para preencher os tempos livres da garotada, foi desmatada uma área com as máquinas da terraplenagem e feito um campo de futebol. Na festa de inauguração tivemos a participação de mais ou menos umas 800 crianças que foram levadas pelo som do mini trio elétrico improvisado pelo Projeto. Levamos alguns brinquedos para distribuir, mas, não contávamos com o número de crianças que apareceu repentinamente e tivemos que improvisar na distribuição, fazendo “galinha gorda”. No final deu tudo certo, a festa foi animada por Conceição e pelo Vilarinho.
FUNERAL DO REI
Vivenciamos uma situação excepcional quando faleceu o Rei do sobado daquela região, que vivia próximo a Xá–Muteba. Representando o Projeto Luzamba nós do Serviço Social, fomos a cerimônia fúnebre, levando no carro um caixão e alguns gêneros alimentícios para contribuir com o óbito. Era uma comunidade que ficava muito longe do Projeto, a estrada muito ruim, e com motorista sem experiência. Parecia que estávamos em um caminho sem fim. Foi uma luta para chegarmos ao nosso destino. E quando chegamos, os familiares colocaram o morto com seus pertences dentro do caixão, que quase não conseguia ser fechado, em seguida, regressamos ao projeto cansadas, mais com o sentimento de termos cumprido mais uma missão.
Lembramos também que todas as atividades institucionais comemoradas pelo Projecto Luzamba, como o dia do trabalhador, 04 de Fevereiro, Olimpíadas e tantas outras sempre tivemos a participação das comunidades vizinhas, bem como, participávamos também de atividades destas comunidades e procurávamos sempre integrar os lideres (Sobas) e Administradores com as atividades da empresa.
ESCOLA APOIADA PELO PROJECTO LUZAMBA
O Serviço Social coordenou ativamente os projetos desenvolvidos na Escola do Luzamba.
A Escolinha foi reformada e apetrechada pelo Projecto Luzamba, para apoiar os jovens e as crianças residentes nos bairros mais próximos, como foi o caso do Bala-Bala. É Impressionante o que vamos dizer, mas naquela época, o índice de aproveitamento e alfabetização da escola não era tão ruim, as crianças eram muito dedicadas, dava gosto se trabalhar com elas, lembramos de uma passagem das crianças que em função das suas persistências, trouxeram suas mães para a escola, pois que durante o surto de cólera, fizemos campanha de prevenção contra a doença na escola e um dos pontos cruciais foi ensiná-los a não beberem agua sem ferver, ao chegar em suas casas as crianças obrigavam suas mães a ferver a água, as mães insatisfeitas, foram procurar a escola para questionar porque estavam a ensinar aquilo para seus filhos, e que elas não tinham tempo para ferver a água por conta dos trabalhos em suas lavras. Foi muito bom isso ter acontecido, pois aproveitamos a oportunidade e palestramos também para as mamas, que a partir da atitude de seus filhos, passaram a conhecer melhor os trabalhos da escola e a participar dos eventos escolares e até do dia das mães. Elas nunca antes tinham recebido homenagem. Lembramos que esta festa foi toda decorada com flores feita de saco de lixo, pois não tínhamos decoração. Na nossa vila do Luzamba havia uns pés de acácia florida, e a Eliana mandou alguém subir para tirar as flores que fizemos os buquês para oferecer as mamas, foi uma festa simples e bonita e para nós inesquecível.
Coordenamos também o Programa Menor Aprendiz, que tinha como objetivo, avaliar o desempenho escolar dos alunos com idade a partir dos 14 anos, e os que eram destacados, eram selecionados, para estagiarem nas áreas da empresa com destaque na Olaria. Ao final do estágio os aprovados recebiam certificados, este foi um dos primeiros Projectos de Responsabilidade Social o qual foi interrompido pelos conflitos militares.
O Programa Desenhando o futuro foi outro projeto que também teve uma grande repercussão no seio da garotada, e tinha o objetivo de fazer os alunos colocar numa folha de papel, os seus sonhos diante daquela situação de conflitos que os mais pequenos viviam. Foi um trabalho muito bonito e bem sucedido, muitos foram os sonhos desenhados nos papeis que nos fizeram chorar, na sua maioria queriam ter uma casa, final da guerra, viagens e brinquedos, paz e felicidade estampados numa folha de papel. Os melhores desenhos diante da originalidade, eram selecionados pelo júri composto por alguns responsáveis de nacionalidade brasileira e angolana, e os alunos vencedores eram premiados com brindes simples. O Projecto Luzamba mandou fazer Mochilas e material escolar, Além do seu desenho ficar exposto no mural da escola por algum tempo.
Olimpíadas de Luzamba, foi um Programa de atividades que contou com a participação de muitos trabalhadores e das diferentes nacionalidades, onde os alunos da escola do Luzamba também tiveram a oportunidade de participar e conhecer muitas modalidades esportivas, que em função da realidade que viviam, muitos deles nem se quer sabiam da existência. Na execução deste programa, tivemos a parceria indispensável e fundamental do Professor Venturi, o nosso Paulo Cintura, que ficou responsável pelo treinamento físico dos atletas. Foi uma missão muito prazerosa treinarmos e ensaiarmos as crianças, as coreografias para o acto de abertura da nossa famosa olimpíada.
PROGRAMAS DE LAZER E INTEGRAÇAO SOCIAL
Destacamos também os nossos programas de lazer, que procurávamos oferecer aos colaboradores diversão e entretenimento, de formas que amenizassem o distanciamento de suas famílias e preenchessem os tempos livres. Foram realizados campeonatos de peteca, futevoley, futebol, churrascadas de fim de semana em várias áreas do acampamento, além das festinhas comemorativas dos aniversariantes do mês e comemorações de eventos voltados as diferentes culturas como o Valentine’s day celebrado a 14 de fevereiro e que contou com a programação conjunta da comunidade Filipina.
A festa do Halloween foi outra atividade bastante comemorada por todos, cada um aparecia na festa com uma fantasia surpresa. Esta festa teve lugar no refeitório da Guest House e destacamos o Fernandinho Cariello que apareceu todo vestido de preto com uma motosserra ligada, assustando a todos, o Alexandre Moreira entrou na festa dentro de um caixão sendo puxado por uma corrente por alguém que já não nos lembramos quem, mas estava fantasiado de corcunda de Notre Dame, a maior parte das meninas do Luzamba fizeram uma apresentação de dança com coreografias e todas fantasiadas de lindas bruxinhas. O que valia era a criatividade da malta. Belas lembranças jamais esqueceremos.
Festa Junina, esta festa foi bastante marcante, o Serviço Social passou uns três meses organizando a mesma, que teve uma programação bastante extensa, principalmente a quadrilha caipira que contou com a participação das várias nacionalidades, a mesma foi formada sendo que cada brasileiro fazia par com um estrangeiro, de formas que pudesse ensinar os passos ao parceiro. Houve grupo de forró brasileiro, comidas e bebidas típicas servidas nas barraquinhas montadas numa festa de largo. A maioria dos presentes usavam roupas caipiras, e o uniforme da quadrilha foi lindamente confeccionado por Eliana e pela saudosa Fátima, que tinham habilidades para costurar. O puxador da quadrilha foi o Alexandre Moreira que com suas habilidades cômicas fez a marcação e garantiu a animação do grupo. O casamento na roça, tendo como noivos Ivete e Carlos Guimarães e como padre Fernando Cariello, deixou a festa ainda mais animada. Enfim, um típico arraial nordestino, que contou inclusive com a participação da TPA Televisão Popular de Angola. Um show de festa.
Já o Futebol Feminino, foi mais uma passagem de entretenimento super divertido que tivemos. Foi um verdadeiro programa de humor ao vivo. Lembramos de alguns momentos do jogo, em que a São foi a Goleira (guarda redes) do time dela, que negação, não conseguia pegar uma bola. Vicky coitada fazia gol contra e saía pulando a perguntar: quem ganhou!! quem ganhou!!
A Celísia depois de contundida não queria mais sair da maca que era um colchão de solteiro. A Ivete para não ter o time dela desfalcado, a fez retornar ao jogo na marra. O nosso futebol foi uma verdadeira comédia muito gostosa de ser lembrada por todas nós jogadoras dos dois times.
O nosso lazer também contava com uma Videoteca e Sala de Cinema. Sob a coordenação do serviço social, a São tinha como responsabilidade directa tomar conta da Videoteca, onde as fitas eram emprestadas a partir de um critério, bem como, a providência da programação semanal da sala do cinema que ficava próximo ao Bangu. Na época tudo era transmitido através de fita de vídeo cassete. Lembramos ainda que o jornal e os programas de entretenimento, assistíamos com duas semanas de atraso e os filmes recebíamos mensalmente um catálogo da base Brasil para fazer a escolha dos mesmos.